Em Ipirá, pacientes dormem em filas para tentar atendimento no 'odontomóvel'

Recentemente o odontomóvel, serviço de saúde do Governo do Estado, em parceria com a prefeitura de Ipirá (BA), prestou serviços odontológicos no município. O odontomóvel ficou durante os dias 9 a 13 do corrente mês, cada dia distribuiu 100 senhas.

Durante os 5 dias que o odontomóvel atendeu na cidade, filas enormes se formaram, pais de famílias com crianças, dormiram durante toda a noite na praça José Leão dos Santos, no relento, para tentarem pegar as primeiras senhas, logo pela manhã, quando começavam as atividades do odontomóvel.

Estas pessoas que ficaram nas filas, de forma humilhante e desumana, que com vergonha, cobriam os rostos quando alguém se aproximava, são filhos da nação, são aqueles que votaram nos atuais Vereadores, Deputados, Senadores, Prefeito, no Governador e na Presidenta da república.

O país que tem uma das maiores cargas tributarias do planeta, os melhores estádios de futebol do mundo, que financia obras de infraestrutura de diversos outros países, deveria cuidar melhor da sua casa, tratando com dignidade os seus filhos de poucos recursos financeiros. Ipirá, é um município de 62 mil habitantes, extremamente carente de serviços odontológicos oferecidos pelo poder público. O preço de alguns serviços odontológicos particulares no país são proibitivos para a classe de baixa renda. Nessa perspectiva, o serviço oferecido pelo Estado/Prefeitura é extremamente louvável. Mas se a demanda é grande, o odontomóvel deveria ficar pelo menos 1 mês, para dar condições humanas, de atendimento, aos necessitados destes serviços, até mesmo por que alguns serviços odontológicos requerem acompanhamento de alguns dias ao paciente.

Que venham serviços Estadual ou Federal para o município, mas que estes serviços sejam repensados e prestados de forma digna e humana, possivelmente podendo ser oferecidos a um maior número de pacientes. Qualquer atendimento médico é importante, mas a dignidade do ser humano deve estar em primeiro lugar.

As filas que se formaram são injustas, humilhantes, impatrióticas, ferem o princípio da dignidade da pessoa humana. Enfim, tal ato deveria envergonhar a todos, doer na consciência e no coração dos que se dizem religiosos, políticos, humanitários, cidadãos conscientes de direitos. Quando nos tornamos insensível as dores dos menos favorecidos, perdemos o sentido de humanidade, solidariedade, irmandade, religiosidade, fraternidade e de cidadania.

Fonte: Ipirá Negócios