Biólogo, ornitólogo e guia de observadores de aves na região de ocorrência da Arara-Azul-de-Lear visitam Várzea do Poço
No último domingo (20/12/2020), biólogo, ornitólogo e guia de observadores de aves na região de ocorrência da Arara-Azul-de-Lear estiveram em Várzea do Poço, estudando possibilidades de ocorrência da espécie pelo município.
O observador de aves e fotografo Antunes Lima recepcionou o pessoal, que tiveram a presença do biólogo, ornitólogo e pesquisador; Thiago Filadelfo da cidade de Lauro de Freitas-BA, o guia de observadores de aves na região de ocorrência da Arara-azul-de-Lear, no Sertão da Bahia e colaborador do Projeto Jardins da Arara de Lear; Lourinho Reis da cidade de Euclides da Cunha-BA e sua esposa, observadora também de aves; Marlene Reis e da cidade de Canudos-BA o colaborador; Máximo.
Em visita a campo por alguns locais de ocorrências da espécie pela zona rural do município, o grupo em sua primeira tentativa não teve êxito em encontrar, ou até mesmo a sua vocalização, mas, por registros feitos anteriormente no ano vigente pelo observador Antunes Lima, leva a certeza de próximas visitas para comprovação do roteiro da Arara-Azul-de-Lear pelo município.
A Arara-Azul-de-Lear (Anodorhynchus leari) é uma espécie ameaçada de extinção que ocorre exclusivamente na caatinga baiana, registrada até o momento em 9 cidades, publicadas no site Wikiaves; (Campo Formoso, Canudos, Euclides da Cunha, Jeremoabo, Monte Santo, Paulo Afonso, Rodelas e Santa Brígidia).
O tráfico de animais silvestres e a destruição do habitat são os principais fatores de ameaça à espécie. Para tentar reverter esta situação, foi elaborado o Plano de Ação Nacional para a Conservação da Arara-Azul-de-Lear: Anodorhynchus leari, que contempla várias ações de conservação, pesquisa, proteção e educação ambiental.
O CEMAVE realiza o monitoramento populacional da espécie desde 2001, contando com a parceria de diversas instituições e pessoas, incluindo o Projeto Jardins da Arara de Lear. Este monitoramento é realizado através de censos simultâneos nos dois principais dormitórios conhecidos utilizados pelas araras, utilizando-se método padronizado. A espécie vem se recuperando nos últimos anos, graças às ações do seu programa de conservação.
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FOTO: Lourinho Reis |
A ESPÉCIE
A arara-azul-de-lear foi descrita em 1856, porém sua área de ocorrência permaneceu desconhecida por mais de um século. Só em 1978, a espécie foi localizada no nordeste do estado da Bahia, ao sul do Raso da Catarina.
Sua distribuição geográfica abrange os municípios de Jeremoabo e Canudos, onde as araras pernoitam e utilizam as cavidades existentes nos paredões de arenito conhecidos como Toca Velha e Serra Branca para se reproduzir.
As aves saem da sua área de repouso, ao amanhecer partindo para as áreas de alimentação distribuídas nos municípios de Paulo Afonso, Santa Brígida, Euclides da Cunha, Monte Santo, Sento Sé e Campo Formoso. Estes deslocamentos podem implicar em mais de 60 km para os animais chegarem ao alimento. No final da tarde, podem ser vistos bandos chegando de diversas direções, vocalizando e sobrevoando o paredão até acomodarem-se nele para dormir.
Alimenta-se basicamente de cocos da palmeira licuri (Syagrus coronata), podendo consumir em torno de 300 licuri num só dia. Enquanto um grupo se alimenta, ao menos um indivíduo permanece pousado em galhos mais altos de árvores grandes, revezando-se com outras araras nesta função de vigilância. Também faz uso de outros itens alimentares, como a baraúna, o umbu, a mucunã, o fruto de cactos como o mandacaru e o facheiro, além do milho.
Da redação do Portal do Alto Alegre
Biólogo, ornitólogo e guia de observadores de aves na região de ocorrência da Arara-Azul-de-Lear visitam Várzea do Poço
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21.12.20
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