Saúde anuncia liberação de R$ 300 milhões para compra de repelentes para gestantes
O ministro da Saúde, Marcelo
Castro, anunciou nesta quinta, 25, no Senado, a transferência ao Ministério de
Desenvolvimento Social de R$ 300 milhões para a compra de repelentes, que serão
distribuídos para gestantes atendidas pelo Bolsa Família. A estratégia tem como
objetivo reduzir o risco de casos de zika entre grávidas e, consequentemente,
de nascimento de bebês com microcefalia. Embora não haja uma afirmação
categórica de organismos internacionais de saúde, para o governo brasileiro
está certa a relação entre o aumento de casos da má-formação com a transmissão
vertical do vírus.
O anúncio foi feito durante
uma sessão realizada no Plenário do Senado Federal para discutir a microcefalia
e o zika no País. Castro se referiu ao momento pelo qual o País passa como um
dos mais difíceis da saúde pública brasileira e mundial. "Não é à toa que
a última vez que o Brasil havia declarado emergência pública foi em 1917, com a
gripe espanhola", disse o ministro.
Castro voltou a afirmar que
a tarefa de se combater o mosquito não cabe apenas ao governo federal. "O
mosquito não tem filiação partidária. A responsabilidade é de todos brasileiros
e de toda humanidade", completou. Ele ressaltou a necessidade do trabalho
do poder municipal, da sociedade civil e chegou a sugerir que pessoas
"inspecionem seus vizinhos" em busca de focos do mosquito Aedes aegypti.
Questionado sobre os gastos
com vigilância, Castro fez uma comparação com o que foi investido na área
durante os governos de Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e
Dilma Rousseff. De acordo com ele, entre 1995 e 2002, foram aplicados R$ 20,63
bilhões. Durante o governo Lula, foram investidos R$ 44,1 bilhões e nos 5 anos
da presidente Dilma, R$ 53 bilhões. "Todos reconhecemos que não é
suficiente. Precisamos de mais", concluiu.
Mais uma vez, o ministro
praticamente descartou a possibilidade da incorporação da vacina contra dengue,
produzida pela Sanofi Pasteur na rede pública de saúde. Ele observou que o
imunizante, que já recebeu aval da Anvisa para comercialização no Brasil, é
caro, tem de ser aplicado em três doses e, sobretudo, não é indicado para um
público alvo considerado essencial pelo governo: crianças e idosos. "Na
vacina da dengue, as crianças abaixo de 10 anos e os mais idosos são
prioridade. E essa vacina não presta para isso", completou.
Castro apontou ainda o problema
de a vacina ter eficácia distinta, de acordo com o subtipo do vírus da dengue.
O único ponto positivo citado pelo ministro foi a possibilidade de a vacina
reduzir o porcentual de casos graves e de internação de pacientes. Apesar de
tantas restrições, o ministro afirmou que a decisão sobre a incorporação da
vacina da dengue no SUS ainda não está tomada. "Isso precisa de uma
análise mais detalhada", completou. Não há prazo para essa decisão ser
tomada.
Fonte: Estadão.
Saúde anuncia liberação de R$ 300 milhões para compra de repelentes para gestantes
Reviewed by Portal do Alto Alegre
on
26.2.16
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